O prefeito de Serrita, Aleudo Benedito (MDB), comprovou, em entrevista coletiva na última segunda-feira (29), que pretende não cumprir a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco que determinou que o gestor reintegre os aprovados que ele mesmo demitiu, em um dos seus primeiros atos, após tomar posse como prefeito em 2021.
Em trecho da entrevista concedida pelo prefeito, ele afirma que os concursados não passam de “uma herança maldita da gestão anterior”, pois eles tinham sido convocados pelo ex-prefeito Erivaldo, no fim de seu mandato. A fala do gestor provocou uma onda de indignação, que culminou na divulgação de uma nota de repúdio assinada pelos concursados.
O prefeito de Serrita tem sido alvo de polêmicas nos últimos tempos. Recentemente, ele entrou com uma ação na Justiça para cancelar a portaria do Ministério da Educação que garantiu o reajuste do Piso Salarial do Magistério em todo o Brasil. A ação alega que a portaria é nula por ter sido publicada sem lei específica autorizativa.
Além disso, o prefeito pode ser condenado a pagar até R$ 60 mil por descumprimento de uma decisão judicial que o obrigava a fornecer informações bancárias aos vereadores do município. Ele foi intimado da decisão, mas não acatou a ordem judicial e não enviou as informações solicitadas, o que configura descumprimento e pode resultar no pagamento da multa.
A situação do prefeito de Serrita, Sertão Central, Aleudo Benedito (MDB), fica ainda mais complicada, pois a Câmara de Vereadores acatou o pedido de investigação feito pelas parlamentares Lúcia de Fátima e Raíres Maiara. Elas alegam que o gestor cometeu improbidade administrativa ao empregar recursos públicos em obras que não foram concluídas dentro do prazo previsto. O processo, todavia, não avançou.
Apesar das controvérsias envolvendo o prefeito, a questão dos aprovados em concurso público tem gerado grande discussão na cidade. Os concursados se manifestaram por meio de uma nota de repúdio, expressando sua indignação com a declaração do prefeito de que seriam uma “herança maldita”. Eles reforçaram a importância do concurso público como forma de garantir a isonomia e a qualidade dos serviços prestados à população. A luta pela reintegração continua, com os aprovados buscando amparo legal para garantir seus direitos e a estabilidade profissional que conquistaram por mérito próprio.