O resultado preliminar do concurso da Prefeitura do Recife para o cargo de Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE), divulgado nesta segunda-feira (9), gerou forte insatisfação entre parte dos candidatos. Organizado pelo Instituto AOCP, o certame oferece 400 vagas e teve edital publicado em 2024. Candidatos que acompanham atentamente o andamento das etapas começaram a identificar erros na soma das notas e inconsistências nas listas de classificação, especialmente no que diz respeito à reserva de vagas para cotistas.
De acordo com diversos relatos, há divergências claras entre os boletins individuais e os dados apresentados nas listas de classificação geral. Candidatos afirmam que suas notas foram somadas de maneira incorreta, resultando em aumentos indevidos que favorecem alguns concorrentes. Um dos casos mais evidentes aponta que o primeiro colocado foi divulgado com nota 98, quando o cálculo correto apontaria 93,4. Além disso, há denúncias de que algumas pessoas foram artificialmente reclassificadas para posições superiores, o que levanta suspeitas sobre a confiabilidade da planilha de resultados.
Outro ponto crítico diz respeito à distribuição das vagas por cotas. Vários candidatos relataram que, mesmo figurando entre os melhores colocados da lista de cotistas em seus boletins individuais, foram migrados para a lista de ampla concorrência. Uma candidata, por exemplo, que aparece como 22ª colocada na cota, foi deslocada para a ampla, onde ficou na posição 125, sendo, portanto, excluída da disputa direta por uma vaga. O erro compromete o direito garantido por lei aos candidatos cotistas, que devem concorrer simultaneamente na ampla e na cota, sendo beneficiados por esta última caso não sejam contemplados pela primeira.
A insatisfação levou à mobilização de candidatos em grupos de discussão e redes sociais, onde estão sendo reunidos prints, boletins e comparações que demonstram as falhas. Alguns participantes já se articulam para enviar recursos administrativos à banca e consideram acionar o Ministério Público de Pernambuco, caso as irregularidades não sejam corrigidas de forma transparente. A desconfiança com relação à integridade da banca cresce à medida que mais casos de erros aparecem entre os concorrentes.
Até o momento, o Instituto AOCP não se manifestou oficialmente sobre os questionamentos. Os candidatos aguardam respostas aos recursos e esperam que a versão final da classificação reflita com precisão a realidade das notas e respeite os critérios legais de reserva de vagas. Em um concurso que representa uma importante oportunidade de ingresso no serviço público, a correção de erros e o respeito às normas são essenciais para garantir a lisura do processo e a confiança dos participantes.
