Os aprovados no concurso público da Autarquia de Previdência Social do Recife (Reciprev) vivem um cenário de frustração e incerteza. Desde a homologação do certame, ocorrida em 2 de abril de 2024, nenhuma nomeação foi realizada, apesar da carência de pessoal efetivo no órgão. Segundo os candidatos, não há sequer previsão ou cronograma oficial para as convocações.
O concurso, organizado pela banca IBFC, foi oficialmente confirmado em maio de 2022 e teve seu edital publicado em 2023, com a oferta de apenas 15 vagas imediatas. No entanto, a Lei Municipal nº 18.569/2019, que instituiu os cargos, prevê a criação de cerca de 90 posições efetivas, número significativamente superior ao ofertado inicialmente.
Atualmente, a Reciprev opera exclusivamente com servidores cedidos de outros órgãos e trabalhadores terceirizados, o que agrava a situação administrativa da autarquia e reforça a urgência de nomeações. A ausência de quadros próprios compromete a estrutura e a autonomia da entidade, cuja finalidade é gerir a previdência dos servidores do Recife.
Entre os aprovados, muitos relatam ter deixado empregos, antecipado exames admissionais e organizado suas vidas em função da esperada convocação. Agora, cobram uma posição da Prefeitura do Recife: “Queremos, no mínimo, um cronograma de nomeações. A espera sem transparência é desumana”, afirma um dos aprovados.
Diante do cenário, cresce a mobilização nas redes sociais e junto a representantes políticos, com o objetivo de pressionar o Executivo municipal a cumprir o compromisso com a valorização do serviço público e a regularização dos quadros da Reciprev.