O Cebraspe, responsável pela elaboração das provas do concurso para titular de 147 cartórios em Pernambuco, está no centro de uma polêmica após a divulgação de uma grave denúncia de plágio. A entidade, que recebeu R$ 1,75 milhão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para organizar o certame, é acusada de copiar integralmente um texto do site Jusbrasil para compor a prova da segunda fase do concurso.
As denúncias apontam que o texto plagiado é uma Ata Notarial de Usucapião, originalmente escrita pelo professor Edson Cardoso, especialista em contratos de Direito Criminal. A descoberta do plágio veio à tona com a divulgação do espelho de correção da prova, dois dias após a sua aplicação, ocorrida em 19 de janeiro. A partir da análise do material, candidatos identificaram que o conteúdo reproduzia integralmente o documento disponível na plataforma Jusbrasil.
Procurado pelo Blog do Ricardo Antunues, o Cebraspe não se manifestou sobre as acusações de plágio, mas confirmou ter recebido recursos administrativos contra o teste aplicado na segunda fase do certame, dedicada às provas escritas e práticas. A ausência de esclarecimentos por parte da banca organizadora levanta questionamentos sobre a lisura do processo e gera apreensão entre os candidatos, que aguardam um posicionamento oficial sobre o caso.
A repercussão da denúncia pode ter desdobramentos legais e administrativos, uma vez que a elaboração das provas deve seguir princípios de originalidade e equidade. Até o momento, o TJPE também não se pronunciou sobre as acusações que envolvem o concurso público.
