Irregularidades

Polícia Federal descobre fraude no Concurso da Prefeitura de Ouricuri PE

O Jaula Cursos teve acesso com exclusividade na tarde desta sexta, 13/01 – aos autos do processo 0000035-67.2023.8.17.3020 – redigido pela delegacia da Polícia Federal de Salgueiro e assinado pelos Agentes: NOÉLITON COSTA DE SOUSA, IZAIAS DE FARIAS RAMOS e LUÍZ PEDRO GUIMARÃES CAVALCANTE.

Conforme consta nos documentos a Polícia Federal declarou haver indícios suficientes de fraude no concurso público da prefeitura de OURICURI editais 01 (cargos gerais) e 02 (Guarda Municipal). Os achados foram coletados durante as investidas da OPERAÇÃO IPUÇABA. A operação a princípio objetivava investigar fraudes em licitações e contratos firmados entre empresas e a prefeitura de Ouricuri. A PF descobriu um rombo de 70 milhões. Durante a coleta de provas, a PF fez interceptações telefônicas e descobriu a trama para fraudar o concurso.

A OPERAÇÃO IPUÇABA foi deflagrada no dia 02/12/22. A interceptação foi feita no dia 01/12. A conversa gravada denuncia o envolvido do então Secretario de Administração RAMILDO RAMOS e sua namorada DIENE – que seria favorecida pela fraude. Dia posterior, durante a operação, a PF apreendeu em posse do Sr ALBELÁVIO ANTONIO DA SILVA – lista – escrita à mão – contendo nomes, CPFs e Cargo de dezenas de candidatos que seriam beneficiados caso ação delituosa desse certo. Os documentos estão anexo. Além da lista manuscrita, os Agentes encontraram cópias de documentos dos candidatos.

Modo de operação:

Ao que consta na interceptação – RAMILDO RAMOS é o “Senhor das vagas” . É ele que articula e escolhe quem será beneficiado com a oferta arbitrária das vagas. Ele afirma que a candidata deve sair da prova com o gabarito, pois haverá outro em substituição – “o gabarito da prova você vai sair com ele. Só saia com ele viu?” – declarou. Continua: Se você fizer a prova rápido demais e sair não recebe o gabarito. Só recebe quando tiver faltando meia hora só”. A interpretação é que que para os candidatos “escolhidos” haveria um gabarito pronto, para cada candidato – para substituir o gabarito entregue na hora da prova. Na intercepção, a candidata DIENE parece não entender inicialmente o que iria acontecer. Na interceptação, o Senhor Ramildo afirma que parte da conversa será explicada presencialmente. “(…) eu vou falar uns negócios contigo, pra dizer como vai ser – declarou.

O processo não avançou no sentido de esclarecer como tais candidatos iriam ter acesso ao gabarito com as respostas certas. Afinal, tal gabarito modelo só poderia ser elaborado se houvesse vazamento das provas ou dos gabaritos oficiais da banca. No processo a Promotoria de Ouricuri aponta como réus a Prefeitura de Ouricuri e a banca Consulpam.

O promotoria pede a anulação total ou parcial do concurso, a restituição do valor das inscrições para os candidatos lesados, a contratação de nova banca – com publicação de edital em 90 dias.

Até o momento – nem a prefeitura de Ouricuri, nem a banca se pronunciaram.

Autos no anexo:

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