O concurso público promovido pela Prefeitura de Cedro-PE, que oferta 163 vagas e é organizado pela banca Consulpam, tem gerado grande repercussão e descontentamento na população. As inscrições foram encerradas em 17 de dezembro de 2024, e as provas estão previstas para o dia 24 de março de 2025. Apesar disso, declarações recentes da prefeita Riva Bezerra, que destacou a necessidade de analisar a “real necessidade” do concurso antes de seguir com o processo, levantaram dúvidas e geraram críticas de candidatos e da comunidade.
O histórico desse certame remonta a 2021, quando o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) multou o então prefeito por omissão na realização de concurso público e determinou a substituição de contratos temporários por servidores efetivos. Em 2022, a Lei Nº 587/2022 foi sancionada para criar cargos que atendem às demandas do município, e desde então o concurso tem sido planejado. No entanto, atualmente há 236 pessoas contratadas por regime temporário, o que tem sido alvo de denúncias por precariedade e inconstitucionalidade.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) acompanha o processo desde fevereiro de 2024 e, em agosto do mesmo ano, recomendou ajustes no edital para assegurar a inclusão de pessoas com deficiência (PCDs). Apesar dessas ações para garantir a legalidade e a transparência do certame, a fala da prefeita, sugerindo uma possível revisão ou atraso, foi interpretada por muitos como uma tentativa de prolongar a situação atual de contratos temporários.
Candidatos e membros da comunidade têm se manifestado contra qualquer medida que atrase ou comprometa o concurso, destacando os sacrifícios feitos em preparação para as provas, incluindo gastos com inscrições, materiais de estudo e transporte. “Não é justo que, após tanto esforço, o concurso seja suspenso ou anulado por razões políticas. Isso é brincar com os sonhos de quem busca estabilidade e dignidade no serviço público”, declarou um candidato.
A população exige que o certame seja conduzido dentro do cronograma planejado e que os aprovados sejam nomeados conforme o devido processo legal. Organizações como o MPPE e o TCE-PE permanecem monitorando o andamento, enquanto candidatos ameaçam denunciar a gestão municipal caso decisões sejam tomadas para inviabilizar o concurso. O caso representa uma luta por legalidade, transparência e respeito aos princípios da administração pública em Cedro-PE.