Em contraste com a promessa assinada publicamente em 3 de outubro de 2024, o prefeito Lula Cabral encaminhou à Câmara Municipal, no último dia 27 de maio, um projeto de lei que representa, na prática, uma perda salarial para os professores da rede pública e demais servidores municipais. O projeto prevê um reajuste de apenas 3,5%, valor que não cobre a inflação, ignora o reajuste do piso nacional do magistério determinado pelo MEC e impõe o mesmo índice rebaixado para o próximo ano.
A proposta representa um retrocesso não apenas financeiro, mas simbólico. Em pleno auditório do Sindicato dos Professores (Sinpc), o prefeito havia firmado, no ano passado, a Carta de Compromisso com a Educação, onde se comprometia com a Lei do Piso Nacional e com a valorização da educação pública. Agora, desdiz sua palavra ao propor um aumento que, por ser inferior ao índice inflacionário, equivale a um reajuste negativo, corroendo o poder de compra da categoria e aprofundando a desvalorização do magistério.
A indignação da categoria se acentua diante da contradição flagrante: o mesmo prefeito que propõe apenas 3,5% para os educadores aprovou, no início do ano, um aumento de 80% no salário de seus secretários e elevou seu próprio salário em quase R$ 10 mil.
Diante do cenário, o Sinpc renovado e unido declarou estado de greve e intensifica as mobilizações da campanha salarial 2025. A entidade reforça a convocação da categoria para a Assembleia Geral e Ato Público marcados para esta sexta-feira, em defesa de um reajuste digno e pela valorização da educação pública.
“Lula Cabral, cumpra sua palavra. Valorize os professores. Valorize a educação pública”, declara a direção do sindicato.
A luta segue. A educação resiste.