Em Ipojuca, professores temporários têm assumido tanto as salas de aula quanto cargos de gestão em escolas e creches municipais, levantando questionamentos sobre a administração pública. Relatos apontam que, em alguns casos, pessoas sem graduação ocupam funções administrativas, enquanto candidatos aprovados nos concursos públicos realizados em 2023 e 2024 aguardam convocação. Essa situação tem gerado críticas e reforçado a pressão sobre a gestão municipal.
A Prefeitura de Ipojuca, em conjunto com a Secretaria de Educação (SEDUC), renovou mais de 484 contratos temporários para garantir o início do ano letivo. A administração justifica que a medida é essencial para o funcionamento das escolas e o retorno das aulas. Contudo, a ausência de convocações do concurso vigente tem sido alvo de controvérsias, especialmente em um município com altos índices de dependência de contratos temporários.
O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) negou um pedido de medida cautelar para suspender as contratações temporárias, mas determinou que a Gerência de Admissão de Pessoal (GAPE) conduza uma investigação detalhada. O objetivo é verificar a quantidade de contratos temporários em vigor e apurar se cargos ocupados provisoriamente deveriam ser preenchidos pelos aprovados no concurso. A decisão busca garantir maior transparência e legalidade no processo de contratações.
Ipojuca, uma das cidades de maior PIB do estado, ao lado de Recife, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, enfrenta críticas pela falta de convocações do concurso público e pelo elevado número de servidores temporários. De acordo com o último levantamento do TCE-PE, o município conta com mais de 4.800 profissionais contratados de forma excepcional ou ocupando cargos comissionados, o que evidencia a dependência desse modelo de vínculo.