Reivindicações

Profissionais da Educação do Recife Decretam Greve

Na manhã desta sexta-feira, 9 de maio, professores e professoras da rede municipal do Recife deflagraram greve por tempo indeterminado, ocupando a Avenida Agamenon Magalhães em um ato de denúncia pública. O motivo? O mesmo de sempre: a gestão municipal, comandada por João Campos (PSB), ignora deliberadamente a aplicação do reajuste de 6,97% no piso da categoria — um direito previsto em lei nacional. Recife apresentou a menor proposta de valorização entre todas as capitais do Nordeste e mantém os profissionais da Educação com os salários mais baixos da Região Metropolitana.

A revolta não é gratuita. O Recife, mesmo sendo capital de Pernambuco, segue como um dos símbolos do descaso com a valorização docente. Enquanto cidades menores já se adequaram à legislação federal, a Prefeitura do Recife recusa-se a incorporar o reajuste na carreira dos professores, empurrando a categoria para a precarização e o silêncio.

“Professor desvalorizado, é professor na rua”, gritavam os manifestantes, ecoando a frase que virou palavra de ordem no protesto. O cenário expõe a contradição de uma gestão que gasta fortunas com contratos de terceirização e incha a máquina pública com cargos comissionados — hoje em número maior do que os do próprio Governo do Estado —, mas alega não ter recursos para pagar o que é devido aos educadores.

O silêncio também chama atenção. Em especial, o da influenciadora e defensora da educação Tabata Amaral, namorada do prefeito João Campos. Conhecida nacionalmente por seu discurso apaixonado em defesa da valorização do magistério, ela se calou diante da desvalorização crua e institucionalizada que agora é promovida pelo próprio parceiro. Um cinismo de vitrine, que parece se dissolver diante do barulho real das ruas.

A categoria afirma que só encerrará a paralisação quando houver compromisso concreto com a carreira docente. “Sem valorização, sem piso na carreira, sem condições de trabalho, permaneceremos em greve”, afirmam os professores.

Enquanto isso, a capital assiste à triste ironia de ver o discurso bonito da educação virar peça decorativa. João Campos, ao que tudo indica, prefere agradar aliados políticos com cargos e contratos do que cumprir o que a lei manda para quem ensina as futuras gerações.

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