“Não é possível construir uma sociedade justa quando os interesses partidários prevalecem sobre a meritocracia e o bem comum.” – John Rawls
Em uma revelação surpreendente, surgiram denúncias que indicam que Raquel, governadora do estado, estaria utilizando as gerências regionais de Educação (GREs) como moeda de troca política para favorecer seus aliados. Apesar de uma semana de atraso, as nomeações foram finalmente publicadas hoje, revelando um cenário em que os interesses de grupos políticos ligados à base governista na Assembleia Legislativa se sobrepõem aos processos de seleção justos e imparciais.
Os casos das nomeações para as GREs do Vale do Capibaribe (Limoeiro) e Caruaru exemplificam claramente a preferência pelo apadrinhamento político em detrimento dos candidatos que alcançaram as melhores colocações no processo seletivo. Ana Maria Xavier de Melo dos Santos, ligada ao grupo do ex-deputado Ricardo Teobaldo, foi nomeada mesmo com uma pontuação inferior ao candidato em primeiro lugar. Uma situação semelhante ocorreu em Caruaru, onde Ana Lúcia Barbosa dos Santos Paes de Souza, indicada politicamente pelo vereador Bruno Lambreta, foi selecionada mesmo com uma pontuação significativamente mais baixa do que o primeiro colocado.
Essas discrepâncias atingem níveis preocupantes nas nomeações para as GREs Metropolitana Sul, Mata Norte (Nazaré da Mata) e Mata Sul (Palmares). Candidatos que obtiveram notas abaixo dos primeiros colocados foram escolhidos para ocupar cargos de gerência nessas regiões. Em Mata Sul (Palmares), por exemplo, a nomeação recaiu sobre uma candidata que obteve apenas 52,5 pontos, enquanto um candidato com pontuação de 67,5 foi preterido. A situação se repete em outras regiões, como na Mata Norte (Nazaré da Mata), onde a nomeada obteve uma pontuação muito inferior à do candidato com a nota máxima.
A influência política também se faz presente em nomeações como a da GRE da Mata Centro, em Vitória de Santo Antão, onde Ana Claudia Barbosa da Silva Padilha, quarta colocada, foi escolhida por indicação do deputado Joaquim Lira, deixando para trás candidatos mais bem classificados. Em Petrolina, Ana Karina de Oliveira Ramos assumiu a gerência do GRE do Médio São Francisco, mesmo com uma pontuação muito baixa em comparação com a nota máxima.
Uma análise minuciosa das nomeações revela que essa prática de apadrinhamento político se estende por várias regiões do estado. A governadora parece estar mais interessada em ampliar sua base política na Assembleia Legislativa do que em garantir a qualificação e a competência dos indicados para os cargos de gerência regional de Educação.
Embora algumas nomeações tenham respeitado a pontuação máxima dos candidatos, como nas GREs do Agreste Meridional, Norte e Sul do Recife e Metropolitana Norte, ainda é possível identificar uma inclinação política nessas escolhas.
Obs: essa matéria usa informações do blog do Magno. Clique aqui.