A convocação para a entrega dos exames médicos do concurso da Guarda Municipal de Caruaru gerou indignação entre os candidatos, que foram surpreendidos com um prazo extremamente curto para cumprir a exigência. A Prefeitura publicou o edital de convocação no Diário Oficial em 31 de janeiro de 2025, determinando que os exames fossem entregues em apenas três dias úteis, o que inviabilizou a organização de muitos participantes.
O problema se agrava pelo fato de que, no dia 21 de janeiro, um grupo de candidatos já havia cobrado da Prefeitura uma posição sobre a convocação para os exames médicos, mas não obteve resposta. Isso impediu qualquer planejamento antecipado, tornando ainda mais difícil a obtenção dos laudos médicos dentro do tempo estipulado. Entre os exames exigidos estão teste de esforço físico, audiometria, laudo oftalmológico completo, eletrocardiograma, eletroencefalograma, raios-X da coluna e tórax, além do exame toxicológico. Este último, em especial, exige uma janela de detecção longa, o que significa que os candidatos deveriam tê-lo feito antes mesmo de serem convocados, algo que não foi informado previamente.
Diante da situação, os candidatos questionam a falta de planejamento da Prefeitura e alegam que o prazo determinado é inviável. Muitos exames exigem agendamento prévio e um tempo maior para a emissão dos laudos, tornando impossível cumpri-los no período estabelecido. Especialistas apontam que a exigência pode ferir os princípios da razoabilidade e da transparência no concurso público, já que não houve divulgação antecipada de um cronograma que permitisse aos candidatos se prepararem adequadamente.
Com o risco de eliminação por não conseguirem entregar os exames a tempo, muitos candidatos já organizam recursos administrativos para solicitar a ampliação do prazo. Além disso, há a possibilidade de denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), para que a Prefeitura seja obrigada a rever a decisão e conceder um tempo mais justo para a realização dos exames.
Até o momento, a Prefeitura de Caruaru não se manifestou oficialmente sobre as críticas e a possibilidade de reavaliar o prazo. Enquanto isso, os candidatos temem que uma falha na organização do próprio concurso comprometa suas chances de assumir o cargo na Guarda Municipal.
