A cidade de Escada, em Pernambuco, tem sido palco de um verdadeiro descaso com a educação e com os recursos públicos. A gestão da prefeita Mary Gouveia, que assumiu o cargo novamente após uma disputa eleitoral apertada, segue ignorando as necessidades da população e os direitos dos servidores municipais. Com gastos elevados e ações administrativas questionáveis, a situação da educação no município reflete a falta de planejamento e de compromisso com o futuro dos estudantes e profissionais da área.
Em 2024, a prefeitura anunciou que destinou cerca de R$ 5,5 milhões para a remuneração de servidores da educação, mas o que chama a atenção é a falta de clareza sobre a distribuição desses recursos. A maior parte dos gastos foi direcionada a servidores “temporários”, que representam mais de 64% do valor gasto, sendo que grande parte desses contratos não passa por seleção pública e são disfarçados de outras categorias, levantando suspeitas de “maquiagem” nos números. Esse processo de contratações emergenciais e sem critérios claros impacta diretamente a qualidade do ensino oferecido no município, que já enfrenta desafios estruturais.
O Sindprome, sindicato que representa os servidores municipais, tem denunciado a prática de contratação irregular e exige, de maneira enfática, a realização de um concurso público, para garantir a estabilidade e o comprometimento dos profissionais com o ensino de qualidade. O não cumprimento dessa exigência coloca em risco não só a qualidade da educação, mas também o uso indevido dos recursos públicos.
Além disso, os dados mais recentes revelam que a cidade de Escada possui mais de 1400 servidores temporários, muitos dos quais foram contratados sem qualquer tipo de seleção pública, contrariando as normas do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). Esse quadro evidencia um sistema de gestão que não prioriza a transparência nem o respeito às leis e normas que garantem a qualificação e o direito dos profissionais de educação.
O piso salarial dos professores, que deveria ser ajustado conforme a legislação federal, também é um reflexo da negligência administrativa. Em vez de um reajuste de 6,27% conforme estipulado pelo governo federal, a prefeitura aplicou um aumento irrisório de apenas 1%, desrespeitando a legislação e desvalorizando ainda mais os profissionais da educação, que enfrentam condições precárias de trabalho e baixos salários.
Em meio a essa crise, a população de Escada não pode mais se calar diante de tantas falhas de gestão. O que é mais alarmante é o fato de que essas decisões de curto-prazismo não atingem quem governa, mas sim quem está na base da pirâmide, os servidores e, principalmente, os estudantes, que ficam à mercê de um sistema educacional falido.
Em uma cidade onde a educação é tratada com descaso, a única saída é a pressão popular, que já se manifesta nas redes sociais com críticas ferozes ao governo local. A população de Escada está cansada de ver o futuro das crianças e adolescentes sendo comprometido por uma gestão que não parece se importar com o que é realmente importante: o desenvolvimento e a educação de qualidade para todos.
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