A gestão do prefeito João Campos tem sido alvo de duras críticas após anunciar a retirada da pré-escola das unidades escolares, decisão que gerou grande preocupação na comunidade escolar. Enquanto ainda não há vagas suficientes para garantir atendimento a todas as crianças nas creches, a medida de deslocar a pré-escola para outras unidades tem levantado questões sobre a real prioridade da administração municipal. “Enquanto não há possibilidade de garantir vaga em creche para 100% das crianças, por que o senhor está retirando a pré-escola das escolas?”, questionou um seguidor nas redes sociais, refletindo o descontentamento de muitas famílias e educadores.
Além da escassez de vagas, outro ponto sensível tem sido a falta de convocação dos aprovados no concurso público para os cargos de profissionais da educação (Editais 2022, 2023 e 2024). A comunidade teme que, em vez de contratar servidores efetivos para suprir a carência nas unidades de ensino, a prefeitura siga com a entrega das creches para empresas terceirizadas, como já ocorreu em alguns casos. Isso cria uma dependência ainda maior de trabalhadores temporários, sem vínculo com a administração pública, o que, segundo especialistas, comprometeria a qualidade do ensino e o atendimento às crianças.
A situação preocupa ainda mais em um contexto de precarização dos serviços educacionais. As creches da rede municipal enfrentam problemas de infraestrutura, com algumas unidades funcionando em regime de rodízio e com horário reduzido devido à falta de auxiliares de desenvolvimento infantil (ADIs). A administração municipal, em vez de priorizar a convocação dos aprovados no concurso para reforçar o quadro de profissionais, poderia optar pela terceirização, o que levantaria ainda mais desconfiança entre os servidores e a população. Muitos temem que isso resulte em uma gestão de “pão e circo”, com empresas de terceirização assumindo a responsabilidade de serviços essenciais, ao invés de fortalecer a carreira pública na educação infantil, o que garantiria um atendimento mais qualificado e estável para as crianças.
A falta de efetividade nas convocações também foi um tema abordado em vídeos que circulam nas redes sociais, onde servidores foram filmados recebendo dinheiro vivo em meio a denúncias de atrasos salariais, o que gera ainda mais insegurança sobre a forma como a gestão lida com os recursos destinados à educação. Esse tipo de prática só reforça a percepção de que a prefeitura está mais preocupada em utilizar soluções paliativas, como a terceirização, do que em oferecer estabilidade e qualidade nos serviços públicos.
A comunidade escolar, pais e educadores estão em alerta, exigindo que a prefeitura tome medidas concretas para resolver os problemas estruturais nas creches e que priorize a convocação dos aprovados no concurso, evitando que a educação infantil seja entregue a empresas privadas, o que resultaria em ainda mais precarização e instabilidade. A transparência nas ações da gestão é agora mais necessária do que nunca, e a população aguarda respostas claras sobre como a prefeitura pretende enfrentar essa crise na educação infantil sem abrir mão da qualidade e da efetividade do serviço público.