Recife, PE – Uma comissão formada por professores recém-concursados do município do Recife tem lutado pela regularização da carga horária de trabalho, em cumprimento ao edital do concurso público. Segundo Ana Vieira, integrante da comissão, o edital previa a possibilidade de 270 horas mensais para os professores, caso houvesse interesse por parte dos docentes e necessidade administrativa. No entanto, a prefeitura disponibilizou apenas 145 horas efetivas e 125 horas no regime de acumulação, o que tem gerado insegurança e insatisfação entre os profissionais.
“Essa acumulação só tem o período de 11 meses, nos deixando sem segurança para o ano seguinte e também sem o valor das férias”, explicou Ana Vieira. A comissão aponta que, mesmo diante de uma necessidade evidente do município, expressa pela renovação de mais de mil contratos temporários e acumulações, a prefeitura tem sido resistente em dialogar sobre o tema.
Os professores reivindicam que a administração pública respeite as condições estabelecidas no edital, garantindo as 270 horas previstas para aqueles que desejarem e para os quais houver necessidade comprovada. Para pressionar pela solução do problema, a comissão abriu denúncias no Ministério Público, na Defensoria Pública e no Ministério do Trabalho.
“Estamos apenas pedindo o cumprimento do edital, que deixa bem claro a possibilidade das 270 horas. A prefeitura demonstra essa necessidade ao renovar contratos e acumulações, mas, mesmo assim, resiste ao diálogo conosco”, destacou Ana Vieira.
A pauta é considerada de grande relevância não apenas para os professores, mas para toda a sociedade, que depende de um sistema educacional com profissionais valorizados e condições de trabalho adequadas. O movimento segue aguardando posicionamentos oficiais das autoridades competentes e da gestão municipal.